quarta-feira, 30 de novembro de 2016

 

Equipamento criado em Florianópolis facilita o aprendizado em braille

Voltado para pessoas com deficiência visual, o projeto Fala Braille foi desenvolvido no curso de automação do Senai
Alunos do curso de engenharia de automação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Florianópolis criaram um aparelho que auxilia deficientes visuais no processo de alfabetização em braille. Por meio de estímulos táteis e sonoros, o protótipo Fala Braille é uma ferramenta intuitiva e que estimula a interação de crianças e adultos na fase inicial de alfabetização.
No método tradicional de aprendizagem em braille, o aluno utiliza caixas de madeira, papel ou de ovos para simular as seis “bolinhas” que, em diferentes combinações, formam as letras do alfabeto, números, acentos e sinais. No projeto feito pelos alunos Roberto Lustosa de Andrade, 37 anos, e Vinicius Bigoni Perozzi, 30, com o professor Ronaldo Carlos Rohloff, 28, pinos em alto relevo são comandados eletronicamente por meio de botões, que também emitem som e luzes (para alunos que têm baixa visão). “Ele pode ser utilizado pelo professor para ensinar, pelo aluno para treinar ou como brinquedo com modos de jogos instalados”, explica Vinicius.
Aparelho foi criado por alunos do curso de engenharia de automação do Senai - Flávio Tin/ND
Aparelho foi criado por alunos do curso de engenharia de automação do Senai - Flávio Tin/ND

O projeto está em desenvolvimento pela equipe desde 2012, quando eles começaram a ouvir e testar o equipamento com integrantes da ACIC (Associação Catarinense para a Integração do Cego). “Um dos grandes problemas que eles têm é o interesse das crianças em aprender, então precisam de uma ferramente que os alunos consigam interagir. Com este equipamento, o professor pode só estar direcionando o ensino e colocando exercícios para fazer ao mesmo tempo”, comenta Roberto.
Feita de plástico ABS, a estrutura do Fala Braille foi confeccionada em uma impressora 3D. A parte eletrônica possui um microcontrolador com alguns drivers de potência para fazer funcionar o motor, que faz a movimentação dos pinos. Há ainda alto-falantes, luzes de LED e os botões de acionamento. O tamanho do aparelho é indicado para o início da alfabetização. Conforme o aluno vai avançando, ele tateia pinos cada vez menores até chegar a bolinhas que possam ser lidas na ponta do dedo. Desta forma, o Fala Braille também pode ter as dimensões reduzidas para atender mais cegos.

Equipe vai aprimorar o equipamento

Com o projeto Fala Braille, a equipe obteve o primeiro lugar na categoria Tecnologia Inclusiva na etapa estadual da Mostra Inova Senai 2015. Neste ano, eles ficaram entre os 30 melhores da mostra nacional. A expectativa agora é conseguir viabilizar a produção comercial do protótipo. Para isso, eles pensam em dois caminhos: oferecer o projeto para alguém produzir, como a ACIC, ou conseguir um investidor para a produção.
Uma máquina de escrever em braille sai por cerca de R$ 4 mil e um notebook que possui ferramentas para o aprendizado pode custar U$ 6 mil. O custo para a produção de cada unidade do Fala Braille deve sair, inicialmente, por R$ 900. De acordo com Ronaldo Carlos Rohloff, que é coordenador do Senai Florianópolis e professor do curso de automação, a equipe também deve aprimorar a ferramenta com a implantação de fones de ouvido, bateria, comando de voz e jogos.

Forma lúdica de conhecimento

A professora da ACIC Inês Berlanda Seidler testou o Fala Braille com os alunos, que aprovaram o equipamento. Inês é professora de elaboração conceitual e letramento, disciplina que precede a alfabetização em braille, para crianças de três a dez anos. Em uma primeira fase, os alunos aprendem a conceituar objetos e a nomeá-los. Depois é trabalhado o tato e a identificação do que é tocado para, posteriormente, trabalhar o braille efetivamente. Nas aulas, a professora utiliza equipamentos mecânicos, como a máquina de escrever em braille e as celas de braille ampliadas, que são caixas com os seis espaços que recebem manualmente as bolinhas para preenchê-los e formar os símbolos.
De acordo com Inês, o Fala Braille proporciona uma forma lúdica e interativa aos alunos na hora do aprendizado. “Os que enxergam e estão na fase de se apropriar do letramento têm à disposição jogos online, letras ampliadas em EVA e vários outros recursos. Então para a criança cega, um equipamento como esse é um diferencial muito importante. É uma forma lúdica de acessar o conhecimento”, ressalta ela.

O que é o Sistema Braille?

Processo de leitura e escrita em relevo com base em 64 símbolos resultantes da combinação de seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos. O Sistema é utilizado universalmente por pessoas cegas e foi inventado na França por Louis Braille, um jovem cego. O ano de 1825 é reconhecido como o marco dessa conquista para a educação e a integração dos deficientes visuais na sociedade.

Como funciona o Fala Braille?

- Dentro da “cela braille” (espçao retangular onde se produz o braille) cada botão vermelho acionado faz com que um pino branco se eleve;
- As diferentes combinações de pinos brancos em relevo configuram uma letra, número, acento ou símbolo do alfabeto. (Na foto, está a letra ‘D’ – CONFIRMAR ISSO).
- Ao apertar o botão vermelho do meio, o aluno irá ouvir qual símbolo foi formado.

Fonte:
http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/equipamento-criado-em-florianopolis-facilita-o-aprendizado-em-braille

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quarta-feira, 30 de novembro de 2016

Equipamento criado em Florianópolis facilita o aprendizado em braille

 

Equipamento criado em Florianópolis facilita o aprendizado em braille

Voltado para pessoas com deficiência visual, o projeto Fala Braille foi desenvolvido no curso de automação do Senai
Alunos do curso de engenharia de automação do Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) Florianópolis criaram um aparelho que auxilia deficientes visuais no processo de alfabetização em braille. Por meio de estímulos táteis e sonoros, o protótipo Fala Braille é uma ferramenta intuitiva e que estimula a interação de crianças e adultos na fase inicial de alfabetização.
No método tradicional de aprendizagem em braille, o aluno utiliza caixas de madeira, papel ou de ovos para simular as seis “bolinhas” que, em diferentes combinações, formam as letras do alfabeto, números, acentos e sinais. No projeto feito pelos alunos Roberto Lustosa de Andrade, 37 anos, e Vinicius Bigoni Perozzi, 30, com o professor Ronaldo Carlos Rohloff, 28, pinos em alto relevo são comandados eletronicamente por meio de botões, que também emitem som e luzes (para alunos que têm baixa visão). “Ele pode ser utilizado pelo professor para ensinar, pelo aluno para treinar ou como brinquedo com modos de jogos instalados”, explica Vinicius.
Aparelho foi criado por alunos do curso de engenharia de automação do Senai - Flávio Tin/ND
Aparelho foi criado por alunos do curso de engenharia de automação do Senai - Flávio Tin/ND

O projeto está em desenvolvimento pela equipe desde 2012, quando eles começaram a ouvir e testar o equipamento com integrantes da ACIC (Associação Catarinense para a Integração do Cego). “Um dos grandes problemas que eles têm é o interesse das crianças em aprender, então precisam de uma ferramente que os alunos consigam interagir. Com este equipamento, o professor pode só estar direcionando o ensino e colocando exercícios para fazer ao mesmo tempo”, comenta Roberto.
Feita de plástico ABS, a estrutura do Fala Braille foi confeccionada em uma impressora 3D. A parte eletrônica possui um microcontrolador com alguns drivers de potência para fazer funcionar o motor, que faz a movimentação dos pinos. Há ainda alto-falantes, luzes de LED e os botões de acionamento. O tamanho do aparelho é indicado para o início da alfabetização. Conforme o aluno vai avançando, ele tateia pinos cada vez menores até chegar a bolinhas que possam ser lidas na ponta do dedo. Desta forma, o Fala Braille também pode ter as dimensões reduzidas para atender mais cegos.

Equipe vai aprimorar o equipamento

Com o projeto Fala Braille, a equipe obteve o primeiro lugar na categoria Tecnologia Inclusiva na etapa estadual da Mostra Inova Senai 2015. Neste ano, eles ficaram entre os 30 melhores da mostra nacional. A expectativa agora é conseguir viabilizar a produção comercial do protótipo. Para isso, eles pensam em dois caminhos: oferecer o projeto para alguém produzir, como a ACIC, ou conseguir um investidor para a produção.
Uma máquina de escrever em braille sai por cerca de R$ 4 mil e um notebook que possui ferramentas para o aprendizado pode custar U$ 6 mil. O custo para a produção de cada unidade do Fala Braille deve sair, inicialmente, por R$ 900. De acordo com Ronaldo Carlos Rohloff, que é coordenador do Senai Florianópolis e professor do curso de automação, a equipe também deve aprimorar a ferramenta com a implantação de fones de ouvido, bateria, comando de voz e jogos.

Forma lúdica de conhecimento

A professora da ACIC Inês Berlanda Seidler testou o Fala Braille com os alunos, que aprovaram o equipamento. Inês é professora de elaboração conceitual e letramento, disciplina que precede a alfabetização em braille, para crianças de três a dez anos. Em uma primeira fase, os alunos aprendem a conceituar objetos e a nomeá-los. Depois é trabalhado o tato e a identificação do que é tocado para, posteriormente, trabalhar o braille efetivamente. Nas aulas, a professora utiliza equipamentos mecânicos, como a máquina de escrever em braille e as celas de braille ampliadas, que são caixas com os seis espaços que recebem manualmente as bolinhas para preenchê-los e formar os símbolos.
De acordo com Inês, o Fala Braille proporciona uma forma lúdica e interativa aos alunos na hora do aprendizado. “Os que enxergam e estão na fase de se apropriar do letramento têm à disposição jogos online, letras ampliadas em EVA e vários outros recursos. Então para a criança cega, um equipamento como esse é um diferencial muito importante. É uma forma lúdica de acessar o conhecimento”, ressalta ela.

O que é o Sistema Braille?

Processo de leitura e escrita em relevo com base em 64 símbolos resultantes da combinação de seis pontos, dispostos em duas colunas de três pontos. O Sistema é utilizado universalmente por pessoas cegas e foi inventado na França por Louis Braille, um jovem cego. O ano de 1825 é reconhecido como o marco dessa conquista para a educação e a integração dos deficientes visuais na sociedade.

Como funciona o Fala Braille?

- Dentro da “cela braille” (espçao retangular onde se produz o braille) cada botão vermelho acionado faz com que um pino branco se eleve;
- As diferentes combinações de pinos brancos em relevo configuram uma letra, número, acento ou símbolo do alfabeto. (Na foto, está a letra ‘D’ – CONFIRMAR ISSO).
- Ao apertar o botão vermelho do meio, o aluno irá ouvir qual símbolo foi formado.

Fonte:
http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/equipamento-criado-em-florianopolis-facilita-o-aprendizado-em-braille

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