Dentre os 365 dias do
ano, o “21/03” foi inteligentemente escolhido porque a Síndrome de Down é uma
alteração genética no cromossomo “21”, que deve ser formado por um par, mas no
caso das pessoas com a síndrome, aparece com “3” exemplares (trissomia). A ideia
surgiu na Down Syndrome Internacional, na pessoa do geneticista da Universidade
de Genebra, Stylianos E. Antonorakis, e foi referendada pela Organização das
Nações Unidas em seu calendário oficial.
Mais interessante ainda
que a origem da data, é a sua razão de existir. Afinal, por que comemorar uma
síndrome?!
Oficialmente
estabelecida em 2006 e amplamente divulgada, essa data tem por finalidade dar
visibilidade ao tema, reduzindo a origem do preconceito, que é a falta de
informação correta. Em outras palavras, combater o “mito” que teima em
transformar uma diferença num rótulo, numa sociedade cada vez mais sem tempo,
sensibilidade ou paciência para o “diferente”.
A Síndrome de Down foi
descoberta em 1862 pelo médico britânico John Langdon Down (que bem podia
chamar-se John Up, para colaborar…!), e apesar de ainda estarmos em situação
muito distante da ideal, nesse intervalo de 153 anos muitos foram os avanços no
âmbito da ciência e da sociedade, de forma especial nas últimas três décadas.
Basta você observar com os casos da síndrome aparentemente “aumentaram”. Mas
não. É que antigamente as crianças ou adultos com a síndrome pouco saíam de
casa, infelizmente….
Essa data visa chamar a
atenção especialmente das pessoas pouco informadas sobre as capacidades das
pessoas com a Síndrome de Down. Elas possuem tantas outras características
quanto os demais seres humanos, ou seja, a síndrome não as define. É muito
importante que todos saibam (outra tarefa do 21/03) que cada pessoa com
síndrome de Down também tem gostos específicos, personalidade própria e
individual, habilidades e vocações distintas entre si. Obviamente o diagnóstico
genético carrega consigo algumas especificidades, como, por exemplo, a
cardiopatia (problemas no coração), presente em aproximadamente 50% dos casos;
às vezes problemas de audição e/ou visão; atraso no desenvolvimento intelectual
e da fala, dentre alguns outros. Mas são questões pontuais e de saúde, a serem
detectadas e tratadas medica e terapeuticamente, de maneira que não definem
qualquer prognóstico, ou seja, ninguém jamais pode prever até onde pode chegar
o desenvolvimento das pessoas com síndrome de Down – assim como das demais
pessoas.
Na verdade, toda
convivência saudável entre amigos e familiares, colegas e sociedade, de maneira
atenta a todo tipo de diversidade, é sempre muito enriquecedora. O mesmo
acontece quando você tem a oportunidade de conviver com uma pessoa com a
Síndrome de Down. Olhe para ela, e não para a síndrome, e você vai descobrir um
ser humano tão incrível quanto você.
Interlocução Programa
SENAI de Ações Inclusivas
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